Porto Amélia

Do outro lado do tempo, eu viajo sobre o lago Niassa, ao norte de Moçambique, e dirijo-me para Este até ao Oceano Índico.

Vejo agora lá embaixo a cidade de Porto Amélia, debruçada sobre a Baía de Pemba, a terceira maior baía do mundo.

A velha cidade de Porto Amélia namorava o Mar Azul, conjugando o exótico e o moderno numa perfeita harmonia entre o passado e o presente.

Ao porto da cidade de Porto Amélia chegavam navios de todo o mundo.

Bem delineada, a cidade moderna crescia até ao mar, limpa e ordenada.

Nas colinas erguiam-se de novas construções que conferiam à terra um toque de elegante cidade.

Recordo a parte baixa da cidade onde se situava a maior parte do seu comércio. Lojas variadas serviam uma população sempre crescente.

Recordo o mercado de Porto Amélia de sabor exótico, onde se destacavam os trajes coloridos das mulheres de Cabo Delgado.

Do outro lado do tempo, eu vejo a juventude de Porto Amélia, irrequieta e alegre, como eram as crianças daquele outro lado do tempo.

Recordo o parque infantil, onde uma biblioteca ao ar livre dava possibilidade às crianças de Porto Amélia de, em convívio, terem acesso ao seu mundo de fantasia, materializado em momentos de leitura em conjunto.

Recordo o pequeno cinema infantil ao ar livre e o mini zoo da cidade, espaço de sonhos infantis e sã amizade.

Do outro lado do tempo, eu vejo também o Paquitequete, aquele bairro de pescadores em pleno areal, e recordo as imagens floridas das vestes das mulheres e da música de saborar.

Recordo que em Porto Amélia existia uma das mais belas praias de Moçambique, a praia do Wimbi.

Recordo a transparência das águas desta praia e a maravilha das cores dos seus corais.

Do mar de Porto Amélia, recordo ainda as conchas de mil formas e tamanhos, que alguém colecionou com imensa dedicação e carinho.

Fonte: Canal YouTube de Albertino Silva.